17 de julho de 2012

Sobre o AMOR a Deus!!





Passo, agora, à segunda seção geral deste texto. As pessoas interessadas nesse privilégio. Tais pessoas são os amantes de Deus. 


“Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus.”


Desprezadores e odiadores de Deus não têm porção nem parte nesse privilégio. Este é o pão dos filhos, ele pertence apenas àqueles que amam a Deus. Uma vez que o amor é o próprio coração e espírito da religião, eu devo lidar com este assunto da maneira mais plena possível; e, para a sua posterior discussão, notemos estas cinco coisas concernentes ao amor a Deus.


1. A natureza do amor a Deus.


O amor é uma dilatação da alma, ou a explosão das afeições, pela qual um cristão suspira por Deus como o seu bem supremo e soberano. O amor é para a alma como os pêndulos do relógio; ele dispõe a alma a correr na direção de Deus, como as asas pelas quais nós voamos para o céu. Pelo amor, nós nos apegamos a Deus, assim como a agulha é atraída pela pedra-ímã.


2. O fundamento do amor a Deus.


O fundamento do amor é o conhecimento. Nós não podemos amar aquele a quem não conhecemos. Para que o nosso amor possa ser fortemente direcionado a Deus, nós precisamos conhecer estas três coisas que há Nele:


(i) Uma plenitude (Cl 1.19). Ele possui uma plenitude de graça para nos purificar, e uma plenitude de glória para nos coroar. Essa plenitude não é apenas suficiente, mas excessiva e superabundante. Ele é um mar de bondade que não possui limites ou barreiras em suas dimensões.


(ii) Uma liberalidade. Deus tem uma propensão inata para dispensar graça e misericórdia; Ele destila como o favo de mel. “Aquele que tem sede venha, e quem quiser receba de graça a água da vida” (Ap 22.17). Deus não exige que nos aproximemos Dele com dinheiro, apenas com apetite.


(iii) Uma propriedade. Nós precisamos saber que essa plenitude que há em Deus é nossa. “Porque este Deus é o nosso Deus” (Sl 48.14, ARC). Aqui está o fundamento do amor: a Sua deidade, e o interesse que nós temos Nele.
3. Os tipos de amor.


Eu os classificarei em três:


(i) Há um amor de apreciação. Quando nós atribuímos um alto valor a Deus e O consideramos como sendo o bem mais sublime e infinito, nós estimamos a Deus de tal maneira que, se tivermos a Ele, nós não ficaremos preocupados, ainda que todas as demais coisas nos faltem. As estrelas desvanecem quando o sol aparece. Todas as criaturas desvanecem em nossos pensamentos quando o Sol da justiça brilha em seu pleno esplendor.


(ii) Um amor de satisfação e deleite. Um homem se deleita no seu amigo, a quem ama. Assim também, a alma que ama a Deus se alegra Nele como o seu tesouro, e descansa Nele como o seu centro. O coração está de tal maneira apegado a Deus que não mais deseja coisa alguma. “Mostra-nos o Pai, e isso nos basta” (Jo 14.8).


(iii) Um amor de benevolência. Isso significa uma boa disposição em favor da causa de Deus. Aquele que tem estima e afeição por seu amigo deseja a ele toda felicidade. Assim também, nós demonstramos amor a Deus quando temos essa boa disposição. Nós desejamos que o Seu interesse prevaleça. Nossos votos e orações são para que o Seu nome seja honrado; e para que o Seu evangelho, que é o bordão de Sua força, floresça e dê frutos, assim como a vara de Arão.


o livro Um Tônico Divino, do puritano Thomas Watson
de: Voltemos ao evangelho

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