16 de março de 2011

Amar a si mesmo



O mandamento bíblico de “amar a si mesmo” não deve ser confundido com expressões piegas do tipo achar-se admirável, apreciar as próprias qualidades, acreditar em si mesmo ou considerar-se uma pessoa extraordinária. Na verdade, amar a si mesmo é o oposto disso. Implica aceitar a própria fraqueza e limitação, admitir o pecado que mora dentro deste si mesmo egocêntrico, e mesmo julgando-se uma pessoa detestável, cuidar de si e não desistir de viver nem entregar-se à auto-destruição, evitando a auto-condenação no implacável tribunal da consciência lúcida. O amor não diz nada a respeito de quem é amado. Diz tudo a respeito de quem ama. O que é incrível nesse mandamento bíblico é que sugere que mesmo pessoas tão desprezíveis como você e eu são capazes de amar. Muito provavelmente porque de alguma forma em alguma dimensão somos alcançados pelo amor do Cristo, e passamos a amar como Cristo amou, não apenas a nós mesmos, mas a todos quantos cruzam nosso caminho.

Um comentário: