4 de dezembro de 2012

Preparando-se para o casamento- série do livro Relacionamentos Complementares- Parte 4

Dando Muito Valor a Cristo — Solteiro ou Casado

Tudo isso é uma simples introdução para deixar claro que na beleza do casamento como uma parábola física do amor pactual entre Cristo e a igreja, e a beleza do celibato como uma parábola física da natureza espiritual da família de Deus que cresce por regeneração e fé, não procriação e sexo — para deixar claro em todas estas coisas que nem o casamento nem o celibato são idolatrados ou temidos. Casamento e celibato podem ser idólatras. Cônjuges podem idolatrar um ao outro, ou idolatrar o sexo, ou idolatrar seus filhos, ou idolatrar o poder de compra que se tem ao possuir duas rendas e nenhum filho. Solteiros podem idolatrar a autonomia e a independência. Solteiros podem olhar para o casamento como um compromisso cristão de segunda classe com luxúria. Aqueles que são casados podem olhar para o celibato como uma marca de imaturidade ou irresponsabilidade, ou incompetência, ou até mesmo homossexualidade.
Mas o que estou tentando esclarecer é que há maneiras que exaltam a Cristo de ser casado e há maneiras que exaltam a Cristo de ser solteiro. Há maneiras de usar nossos corpos, nossos apetites no casamento e no celibato que dão muito valor a Cristo.

Aquela Infame Frase em 1 Coríntios 7:9

E penso que eu deveria apenas fazer um breve comentário sobre aquela infame frase em 1 Coríntios 7:9: “Caso, porém, não se dominem, que se casem; porque é melhor casar do que viver abrasado.” Lembre-se, isto se dirige explicitamente a homens e mulheres (v. 8). E aqui está a única coisa que eu quero dizer a respeito disso: Quando uma pessoa busca se casar, sabendo que como solteira viveria “abrasada”, isso não precisa significar que o casamento se torna um mero canal para a luxúria.  Paulo nunca quereria dizer isso em vista de Efésios 5.
Ao invés disso, quando uma pessoa se casa — deixe-me simplesmente usar o homem como um exemplo — ele toma seu desejo sexual, e ele faz a mesma coisa com ele que todos nós devemos fazer com todos nossos desejos físicos se queremos torná-los meios de adoração — 1) ele o traz à conformidade da palavra de Deus; 2) ele o subordina a um padrão mais alto de amor e cuidado; 3) ele transpõe a música do prazer sexual pela música da adoração espiritual; 4) ele ouve os ecos da bondade de Deus em cada nervo; 5) ele busca dobrar seu prazer tornando a alegria dela sua própria alegria; e 6) ele dá graças a Deus do fundo de seu coração porque ele sabe e sente que ele nunca mereceu um minuto sequer deste prazer.

Magnificando a Cristo ao Demonstrar Hospitalidade

Agora ao texto, 1 Pedro 4:7-11, e o que está estimulando este capítulo, a saber, o desejo de que Cristo seja magnificado na maneira pela qual aqueles que são casados e aqueles que são solteiros demonstrem hospitalidade uns aos outros. Vamos passar pelo texto rapidamente com breves comentários e então retiraremos simples e óbvias implicações — e oraremos para que Deus use esta palavra poderosamente para nos mudar para sua glória e nossa alegria.

O Fim Está Próximo

Versículo 7: “O fim de todas as coisas está próximo”. Pedro sabe que com a vinda do Messias, o fim dos séculos chegou (1 Coríntios 10:12; Hebreus 12:2). O reino de Deus chegou (Lucas 17:21). E portanto, a consumação de todas as coisas poderia varrer o mundo em muito pouco tempo.
Portanto, assim como Jesus nos ensinou a sermos vigilantes quanto às nossas vidas e observar, Pedro diz (v. 7): “Sede, portanto, criteriosos e sóbrios a bem das vossas orações”. Ou seja, cultive um relacionamento muito pessoal com aquele que você espera ver face a face em sua vinda. Não seja um estranho a Cristo. Você não irá querer encontra-lo como um estranho. E busque em oração toda a ajuda que você irá precisar nestes últimos dias para que você permaneça de pé nos dias de grande tribulação (Lucas 21:36). E não dependa de sua espontaneidade para trazê-lo à oração. “Sede criteriosos e sóbrios a bem das vossas orações”.

O Amor é Acima de Tudo

Então, versículo 8: “Acima de tudo, porém, tende amor intenso uns para com os outros, porque o amor cobre multidão de pecados”. O amor é acima de tudo, e ele será ainda mais necessário conforme o fim se aproxima. Por que? Porque as pressões, tensões e tribulações destes últimos dias colocarão os relacionamentos sob tremendo estresse. Mas nestes dias nós precisaremos uns dos outros, e o mundo estará observando para ver se somos reais: “Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros” (João 13:35). Nós cobriremos, carregaremos e suportaremos as faltas e fraquezas uns dos outros ou deixaremos nossos corações serem dominados pera raiva?

Hospitalidade sem Murmuração

O versículo 9 dá uma forma deste amor, e estaria dizendo que tal amor lembra de fazê-lo sem murmurar?  “Sede, mutuamente, hospitaleiros, sem murmuração”. Se estamos amando ardentemente e o amor cobre multidão de pecados, então nós não resmungaremos tão facilmente, não é mesmo? O amor cobre muito do que nos faz murmurar. Então a hospitalidade sem murmuração é o chamado dos cristãos nos últimos dias. Justamente nos dias em que seu estresse está alto, e há pecados que precisam ser cobertos, e razões para a murmuração são abundantes — justamente em tais dias, Pedro diz, o que precisamos é praticar hospitalidade.
Nossos lares precisam estar abertos. Porque nossos corações estão abertos. E nossos corações estão abertos porque o coração de Deus está aberto a nós. Lembra-se de como o apóstolo João conectou o amor de Deus com o nosso amor uns pelos outros em relação à hospitalidade? Ele escreveu em 1 João 3:16-17: “Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos. Ora, aquele que possuir recursos deste mundo, e vir a seu irmão [solteiro ou casado!] padecer necessidade, e fechar-lhe o coração, como pode permanecer nele o amor de Deus?”

Despenseiros da Multiforme Graça de Deus

Temos espaço para ir apenas até aqui neste texto. Exceto simplesmente apontar a o que acontece quando nos reunimos em nossos lares. Versículo 10: “Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus”. “Despenseiros da multiforme graça de Deus!” Eu amo esta frase. Todo cristão é um despenseiro — um zelador, um gerente, um tutor, um distribuidor, um servo — da multiforme graça de Deus. Que grande razão para estar vivo! Todo cristão vive em graça. “Deus pode fazer-vos abundar em toda graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, ampla suficiência, superabundeis em toda boa obra” (2 Coríntios 9:8). Se você tem medo da hospitalidade — que você não tem muita força pessoal ou muitos bens pessoais — bom. Então você não intimidará ninguém. Você dependerá ainda mais da graça de Deus. Você irá olhar ainda mais para a obra de Cristo e não para a sua própria obra. E, ah, que bênção as pessoas terão em seu simples lar. Seu pequeno apartamento.

Acolhei Uns aos Outros Como Também Cristo vos Acolheu

Então aqui está: a virtude cristã da hospitalidade — uma estratégia de amor nos últimos dias que exalta a Cristo.
Agora algumas aplicações para fechar: Primeiro, para todos. Se você pertence a Cristo, se você tem pela fé recebido sua hospitalidade salvífica, que ele comprou com seu próprio sangue, então estenda esta hospitalidade a outros. Romanos 15:7: “Acolhei-vos uns aos outros, como também Cristo nos acolheu para a glória de Deus”. Você vive em livre graça todos os dias. Seja um bom despenseiro dela na hospitalidade.
Segundo, para os casados. Planejem que sua hospitalidade inclua solteiros — pequenos grupos, jantares de domingo, piqueniques, festividades. E não faça uma exibição disso. Apenas aja naturalmente. E não se esqueça de que há solteiros de oito anos de idade e solteiros sessenta anos de idade, e solteiros de cinquenta, quarenta, trinta e vinte anos de idade, homens e mulheres, que já foram casados e que nunca se casaram, divorciados e viúvos. Pense como um cristão. Esta é sua família, mais profundamente e mais eternamente que seus parentes.
Terceiro, para os solteiros. Demonstrem hospitalidade para outros solteiros e para casais casados. Talvez isso pareça estranho. Mas deveria parecer estranho? Não seria uma marca da graça de Deus em sua vida?
Eu oro para que o Senhor faça esta linda obra em nosso meio — em todos nós. O fim de todas as coisas está próximo. Sejamos sóbrios pelo bem de nossas orações. Amemos uns aos outros. Sejamos bons despenseiros da multiforme graça de Deus, e mostremos hospitalidade sem murmuração. “Acolhei-vos uns aos outros, como também Cristo vos acolheu”.
 
Fonte: Voltemos ao evangelho


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